O anúncio foi feito por João Bento, novo presidente do conselho de administração da empresa, em audição no Parlamento esta quarta-feira. Todos os concelhos vão voltar a ter uma estação dos CTT.
Os CTT – Correios de Portugal, vão travar o fecho de mais estações, segundo adiantou João Bento, o novo presidente do conselho de administração da empresa, que foi ouvido no Parlamento esta quarta-feira. O responsável anunciou ainda aos deputados a reabertura de lojas dos CTT que tinham sido encerradas noutros concelhos do país.
“Havia um conjunto de lojas para fechar cuja viabilidade económica era inexistente. A minha primeira prioridade é a proximidade aos clientes, todo o povo português. Está decidido: interrompemos o processo de fecho de lojas. Não vai haver mais encerramento de lojas”, anunciou João Bento na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas.
A par da decisão de acabar com novos encerramentos, que abrangeria mais do que as 15 situações assinaladas pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), o presidente da Comissão Executiva dos CTT explicou que a empresa vai iniciar um processo de reabertura de estações e que os dois primeiros casos serão anunciados dentro de algumas semanas. Em causa, neste processo de reabertura que será “gradual“, estão “os concelhos que deixaram de ter estações de Correios e que vão voltar a ter“. Atualmente há 33 concelhos sem estação de correios.
O presidente da Comissão Executiva dos CTT adiantou que na decisão de não fazer mais encerramentos há apenas um caso em que persistem dúvidas pelo facto de haver um município e uma freguesia muito empenhados em ocupar o espaço dos CTT. “Esta será a única exceção a esta decisão de não fazer mais encerramentos“, referiu João Bento para assinalar que esse desfecho está dependente de se conseguir chegar a acordo com o município em causa.
O recuo das decisões da anterior administração liderada por Francisco de Lacerda surgem no mesmo dia em que foi conhecida a convocação de uma greve de trabalhadores dos CTT. Esta está marcada para 5 de julho, com os trabalhadores dos CTT a exigirem a contratação de mais pessoas, mas contestando também o encerramento de estações de correios.
João Bento assumiu a presidência executiva dos CTT em 22 de maio deste ano, 12 dias depois de Francisco de Lacerda ter anunciado a renúncia do cargo antes do final do mandato. Em 10 de maio, a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) considerou que os CTT voltaram a falhar indicadores de qualidade em 2018, o que levou a que 6,5 milhões de cartas chegassem ao destino demasiado tarde.
O atual contrato de concessão do serviço universal postal termina no final do próximo ano e a empresa quer prolongar esta ligação.