Os planetas Júpiter e Saturno estão a aproximar-se de tal forma que, no dia 21 de Dezembro, vão parecer que estão sobrepostos, formando uma espécie de “planeta duplo”. Esta é a primeira vez que o fenómeno, também conhecido por “Estrela da Natividade”, consegue ser visto claramente a partir da Terra nos últimos 800 anos.
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O Sistema Solar é composto pelo Sol, oito planetas que giram em torno dele, mais de 200 luas e milhões de outros objectos menores.
Às vezes, é possível vermos dois dos planetas interiores — Mercúrio e Vénus — passarem em frente ao Sol, como pequenos pontos pretos. Noutras, podemos assistir a belos eclipses do Sol ou da Lua. Mas, num sistema tão grande e tão dinâmico, há muitas e muitas mais coisas a acontecer. Uma delas é chamada conjunção, que é o mesmo que dizer que dois ou mais corpos celestes se encontram alinhados no campo de visão a partir da Terra.
Na segunda-feira, 21 de Dezembro, é isto mesmo que vai acontecer com os planetas Júpiter e Saturno. Os dois maiores planetas do Sistema Solar vão aparecer a uma distância de apenas 0,1 graus (cerca de um quinto do diâmetro da Lua), o que significa que os dois planetas e as suas luas serão visíveis no mesmo campo de visão por meio de binóculos ou de um pequeno telescópio. Mas, na verdade, o fenómeno também poderá ser observado a olho nu. No entanto, apesar de, no céu, ambos os planetas parecerem estar um ao lado do outro, na verdade estarão afastados cerca de 724 milhões de quilómetros.
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Este evento astronómico ocorre periodicamente, consoante as órbitas da Terra, Júpiter e Saturno se alinhem e será a maior conjunção entre Júpiter e Saturno até 15 de Março de 2080.
Júpiter demora cerca de 12 anos terrestres a completar uma volta ao Sol, enquanto que Saturno demora 30 anos terrestres, o que faz com que os dois se alinhem aproximadamente a cada duas décadas. Contudo, cada órbita tem uma inclinação ligeiramente diferente, o que faz com que conjunções com distâncias tão curtas como a prevista para dia 21 deste mês sejam raras. A data coincide ainda com o solstício de Dezembro, que marca o início do Inverno no Hemisfério Norte.
A última vez que foi possível ver, a partir da Terra, Saturno e Júpiter próximos o suficiente para criar o efeito de “planeta duplo” foi em Março de 1226. Os dois planetas estiveram igualmente próximos em 1623, mas o fenómeno foi impossível de observar da Terra devido ao brilho do Sol.
Em ocasiões extremamente raras, uma grande conjunção é tao próxima que Júpiter passa directamente na frente de Saturno. Quando Júpiter ”tapa” parcialmente Saturno chama-se a este evento um trânsito. Se Júpiter cobre completamente Saturno chama-se ocultação. Por serem tão raros, durante os próximos 10 000 anos só acontecerão três: a 16 de Fevereiro de 7541 (trânsito); a 17 de Junho de 7541 (ocultação) e a 25 de Fevereiro de 8674 (trânsito). Num período de 160 mil anos haverá apenas 42 eventos deste tipo.
Relacionamento Histórico com o Nascimento de Jesus
Este evento astronómico é designado de “grande conjunção” e é também conhecido popularmente por “Estrela da Natividade” ou por ”Estrela de Belém”. Astrónomos e historiadores há muito que debatem o tema, porque, se a história da Estrela de Belém descreveu um evento real, poderia identificar o ano em que Jesus nasceu.
O Evangelho segundo Mateus descreve o nascimento de Jesus na altura em que Herodes era rei, que faleceu após um eclipse lunar e antes da Páscoa judaica. O evento astronómico normalmente assinalado é o de 13 de Março de 4 a.C.. Outros especialistas sugeriram datas em 5 a.C. e ainda outros afirmam que o eclipse decorreu no ano 1 a.C..
A narrativa implica, assim, que Jesus nasceu nalgum momento entre a primeira aparição da estrela e o surgimento dos reis magos no palácio de Herodes. Sendo que o rei terá ordenado a execução de meninos com dois anos de idade ou menos, isto implica que a Estrela de Belém apareceu nalgum momento durante os dois anos anteriores e, por isso, entre os anos 4 e 6 a.C. ou entre 2 e 3 a.C.. Muitos outros historiadores apontam datas entre 9 a.C. e 1 d.C., o que significa que a discussão está longe de estar terminada.
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